Sucessão familiar: especialista comenta quando é hora de passar o bastão

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Não é fácil, mas é preciso reconhecer a hora de mudar. Veja como

Quando o fundador deve se afastar? Segundo o especialista em empresas familiares Pedro Adachi, sócio da Societàs Consultoria, essa é uma pergunta tão delicada e importante que deveria ser mais frequente nas organizações. “O planejamento sucessório é ainda pouco utilizado nas empresas familiares, apesar de não ser um processo eternamente adiável”. Adachi explica que na maioria dos casos o assunto está associado com desentendimentos e brigas, mas sua importância é tanta que pode determinar a perpetuidade ou o encerramento dos negócios.

Os motivos que retardam a discussão do processo sucessório são inúmeros. “Talvez, o principal seja a constante ligação desse processo com a morte do fundador”, afirma. Um ponto que merece destaque é a confusão entre os conceitos de herdeiro e sucessor. Enquanto herdeiro é a pessoa para qual será transmitida a propriedade de bens ou direitos em função do falecimento, seja por força de lei ou por disposição testamentária, o sucessor é a pessoa incumbida para ocupar um cargo de outrem, após comprovar sua capacidade e habilidade para assumir a função. “São situações diversas, que devem ser tratadas de forma distintas, apesar de comumente estarem relacionadas com uma mesma pessoa”, explica.

De acordo com o sócio da Societàs, compreender a distinção desses conceitos facilita o início do planejamento sucessório na empresa e costuma, inclusive, ter reflexos positivos no relacionamento das pessoas envolvidas, já que é comum encontrar fundadores que desejam deixar a empresa para seus filhos, imaginando que a única forma disto ocorrer é fazendo do seu filho o próximo presidente da empresa. “Ao perceberem a possibilidade de seus descendentes continuarem com um vínculo com a empresa, em virtude de se serem os futuros sócios, sem que exista a obrigatoriedade de serem os gestores do negócio, os fundadores se tornam mais complacentes para com os filhos, permitindo que estes busquem satisfazer suas próprias expectativas e anseios profissionais, ao invés de serem persuadidos a continuar o sonho do pai”.

Mesmo quando a sucessão deixa de ser um tabu entre os familiares, os fundadores costumam ficar aflitos com a questão de saber quando iniciar o processo de sucessão. A melhor orientação, segundo Adachi, é que o processo de sucessão seja iniciado enquanto o sucedido estiver em plena capacidade, com energia e potência para colaborar com o sucesso do processo. “É um momento difícil de identificar, já que o fundador raramente vai encarar o seu auge profissional como o ponto de começar o planejamento sucessório”, destaca.

Ter disposição para discutir esses assuntos delicados e até conflitantes não é uma tarefa fácil. De qualquer forma, não existe uma fórmula mágica que funcione para um bom planejamento sucessório. “O segredo é planejar, com o apoio da família, da empresa, dos colaboradores, sem esquecer da necessidade de transparência, da disposição para enfrentar assuntos conflituosos e delicados, além de ter a consciência de se tratar de um processo que consome muito tempo”, conclui.

Fonte: www.administradores.com.br

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