Futuros contadores se preparam para mais uma edição do Exame de Suficiência

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Os estudantes e graduados em Ciências Contábeis têm até o dia 4 de agosto para se inscrever para o Exame de Suficiência de Contabilidade

Os estudantes e graduados em Ciências Contábeis têm até o dia 4 de agosto para se inscrever para o Exame de Suficiência de Contabilidade. A prova é a segunda realizada em 2016. Em sua 12ª edição, o exame ocorre daqui a três meses, no dia 16 de outubro, e deve mobilizar em torno de 2 mil contadores e contadoras de todo o Estado.

Desde a sua criação, em 2011, o número não para de crescer. Em 2011, foram 772 contadores gaúchos inscritos e outros 330 técnicos em Contabilidade, conforme dados do Conselho Regional de Contabilidade. Deste total, 271 contadores foram aprovados, índice de 37,38% de aprovação.

No último exame, realizado em 10 de abril de 2016, foram feitas 1.942 inscrições, e estiveram presentes 1.709 pessoas. O índice de aprovação cresceu consideravelmente e chegou a 51,55% (sobre o número de inscritos presentes), com 881 gaúchos prontos para encaminhar o registro profissional.

A graduanda em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Tainara Quadros dos Santos prestou o exame antes mesmo de se formar para ter certeza de que estava com “tudo fresquinho na cabeça” e sair da faculdade descansada, “sem essa preocupação”. Mas passar não foi fácil. Tainara conta que estudou de fevereiro a abril revisando conteúdos trabalhados na faculdade, principalmente os do início do curso, e analisando e fazendo provas anteriores.

“O que mais cai ultimamente são questões envolvendo Custos e Contabilidade Geral. Também são cobrados conhecimentos do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), devido à adoção das Normas Internacionais de Contabilidade (International Finantial Reporting Standards – IFRS)”, destaca Tainara.

A professora de Ciências Contábeis e vice-presidente de Gestão do Conselho Regional de Contabilidade (CRCRS), Ana Tércia Rodrigues, comenta que as maiores dificuldades são nas disciplinas de Custos por exigir um volume maior de cálculo e tempo de raciocínio. Ana afirma que, muitas vezes, os examinados deixam essas questões para o final e nem sempre conseguem responder adequadamente por já estarem cansados.

“Mesmo sendo alunos de contabilidade, a parte quantitativa é sempre mais desafiadora. Engana-se quem pensa que com alunos de Ciências Contábeis esse problema não existe. Os cálculos ainda derrubam muita gente”, ressalta Ana Tércia.

Já efetivada no local onde começou em 2014 como estagiária, Tainara respira tranquila e indica a realização da prova antes de se formar a todo mundo. “Eu não senti a pressão por passar. Talvez se deixasse para fazer depois de me formar fosse diferente”, reflete. Agora, falta apenas solicitar o registro profissional e se preparar para a cerimônia de formatura, marcada para setembro.

Média de aprovação no Estado é a maior do País

O Rio Grande do Sul apresenta a maior média de aprovação desde a entrada em vigor do Exame de Suficiência, em 2011. No acumulado de seis anos, 11 exames, o índice de aprovação chega a 51,47% – o mais alto entre as 27 unidades da federação brasileiras e acima da média nacional (40,11%), conforme Relatório Estatístico dos Exames de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Apenas no último exame, a porcentagem de contadores aprovados chegou a 54,77%.

“Historicamente o Rio Grande do Sul apresenta excelente desempenho no exame, figurando nas primeiras posições no ranking dos estados. Nos dois exames de 2015 ficamos em primeiro lugar, e neste primeiro exame de 2016 ficamos em segundo, atrás somente de Santa Catarina”, analisa a professora de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Ana Tércia Rodrigues.

Os números são resultado de um esforço iniciado há alguns anos pelas instituições de ensino na tentativa de adaptar o currículo às provas e às mudanças recentes na contabilidade. Alterações constantes, que tiveram como marco inicial a adoção das normas internacionais, a partir de 2007, com a entrada em vigor da Lei nº 11.638, não cessam.

Prova estimula valorização do Ensino Superior e contribui para a evolução das universidades

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A preparação para o teste começa no início do curso, ainda que ao final os professores se dediquem especialmente àqueles conteúdos polêmicos e que geram dúvidas entre os alunos. Nas Faculdades São Judas Tadeu, afirma a coordenadora do curso de Ciências Contábeis, Patrícia Coelho, todas as provas têm o formato das questões do exame. “Desde o primeiro semestre, os alunos vêm se capacitando a resolver problemas não só técnicos, mas teóricos”, explica.

Para ir além das aulas e das oficinas direcionadas a quem está se preparando para ter os conhecimentos testados em poucos meses, a faculdade promove, desde 2014, um simulado. Os estudantes, matriculados na instituição ou não, optam por fazer uma prova gratuita com todas as características do Exame de Suficiência e composta por questões de provas anteriores.

“Nosso maior objetivo é fazer com que os alunos percam o medo, porque já sabemos que, se depender do conhecimento, eles vão ser aprovados”, diz Patrícia, otimista. No último simulado, foram aplicadas 58 provas, sendo que seis eram para alunos de outras instituições. Já no exame aplicado em abril, 72,73% dos alunos da São Judas Tadeu foram aprovados, acima da média nacional e estadual. As inscrições para o simulado podem ser feitas entrando em contato com a instituição.

A professora de Ciências Contábeis da Ufrgs, Ana Tércia Rodrigues acredita que a maior cobrança por excelência faz com que o nível dos cursos melhore o tempo todo. “As universidades, assim como os alunos, já assimilaram bem a existência do exame. Convivo no meio acadêmico e não noto resistências ao teste. Percebo investimentos maiores na formação dos alunos, uma maior intensificação em atividades preparatórias, pois ninguém quer ver seus alunos expostos a altos índices de reprovação”, diz Ana, salientando que o exame acaba refletindo o conceito da própria instituição de Ensino Superior.

“O Exame de Suficiência é um caminho sem volta. Não é a única solução para os problemas de formação dos novos contadores, mas é um mecanismo importante na busca da excelência nos cursos de Ciências Contábeis e que já vem promovendo uma mudança de postura tanto dos estudantes quanto dos professores e instituições de ensino”, opina a professora.

Porém, diz Ana, examinar não é suficiente. É preciso avançar com projetos que, somados à prova, tragam ainda melhores condições de colocar profissionais cada vez mais qualificados no mercado de trabalho, com espírito empreendedor e capacidade de inovação para atuar nos diferentes segmentos da profissão.

 

Fonte: Jornal do Comércio

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